“Ó Jesus meu! o que é ver uma alma que aqui tem chegado e depois, caída em um pecado, quando Vós, por Vossa misericórdia, lhe tornais a dar a mão e a levantais! Como ela reconhece a multidão das Vossas grandezas e misericórdias e a sua miséria! Aqui é o desfazer-se deveras e conhecer Vossas grandezas; aqui o não ousar erguer os olhos; aqui o levantá-los para reconhecer o que Vos deve; aqui se faz devota da Rainha do Céu para que Vos aplaque; aqui invoca os santos que caíram depois de Vós os terdes chamado, para que a ajudem; aqui o parecer-lhe que lhe chega à larga tudo o que dais, porque vê que não merece a terra que pisa; o acudir aos Sacramentos, a fé viva que lhe fica de ver a virtude que Deus pôs neles, o louvar-Vos por terdes deixado tal medicina e unguento para as nossas chagas, que não só as cura mas as tira de todo. Disto se espantam e quem, Senhor da minha alma, se não há-de espantar da misericórdia tão grande e de mercê tão acrescida, em paga de traição tão feia e abominável? Não sei como se me não parte o coração quando isto escrevo, porque sou ruim.” Santa Teresa de Jesus, Livro da Vida 19,5
Ó! Excelentíssima, gloriosíssima e santíssima Maria, sempre Virgem Imaculada, Mãe de nosso Senhor Jesus Cristo, Rainha do mundo e Senhora de todas as criaturas, que a ninguém abandonas, a ninguém deprecias, a ninguém que a ti recorra com um Coração puro e humilde despedes desolado, não me deixes a mim por meus inumeráveis e gravíssimos pecados, não me abandones por minhas excessivas iniquidades, nem tampouco pela dureza e imundice de meu coração: não apartes a este vosso servo de vossa graça e de vosso amor. Escuta a este miserável pecador que confia em vossa piedade e misericórdia. Socorrei, Ó! piedosíssima Virgem Maria, em todas as minhas tribulações, angústias e necessidades, e alcançando-me de vosso amado Filho, Deus onipotente e Senhor nosso Jesus Cristo, o perdão e remissão de todos meus pecados e a graça de vosso temor e amor, juntamente com a saúde e castidade do corpo e a imunidade de todos os males e perigos da alma e do corpo. Em meu último momento, sede meu piedoso auxilio, e livrai minha alma e as almas de meus pais, irmãos, irmãs e amigos, consanguíneos e benfeitores e de todos os fiéis vivos e defuntos das eternas trevas e de todo mal, por Aquele a quem levastes nove meses em vossa sacratíssimo seio e com tuas santas mãos reclinaste em uma manjedoura, nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que seja bendito pelos séculos dos séculos. Amém.
Meu Jesus crucificado, aceitai misericordiosamente a oração que agora Vos faço pelo auxílio no momento de minha morte, quando Vos aproximardes e todos os meus sentidos me falharem. Quando, pois, ó doce Jesus, meus olhos cansados e abatidos não puderem mais olhar para Vós, estejais consciente do olhar de amor que agora me dirijo a Vós, e tendes misericórdia de mim. Quando meus lábios ressecados não puderem mais beijar vossas sacratíssimas chagas, lembrai-Vos então aqueles beijos que eu agora estampo em Vós, e tendes misericórdia de mim. Quando minhas mãos frias não puderem mais abraçar a Vossa cruz, não esqueçais o carinho com que eu a abraço agora, e tendes misericórdia de mim. E quando, por fim, a minha língua inchada e sem vida já não pode falar, lembrai-Vos que Vos invoquei agora. Jesus, José, Maria, a Vós encomendo minha alma.
Maria Madalena, sendo tão estimada em sua pessoa, como antes o era, não se importou com a turba de homens, consideráveis ou não, que assistiam como convidados ao banquete; nem reparou que não lhe ficava bem ir chorar e derramar lágrimas entre essas pessoas; tudo isto fez, a troco de poder chegar junto d’Aquele por quem sua alma estava ferida e inflamada. É ainda embriaguez e ousadia própria do amor: saber que seu Amado estava encerrado no sepulcro com uma grande pedra selada, cercado de soldados guardando-O para seus discípulos não O furtarem (Jo 20, 1), e, todavia, não ponderar qualquer destes obstáculos, mas ir, antes do romper do dia, com unguentos a fim de ungi-l’O. E, finalmente, essa embriaguez e ânsia de amor fez com que ela perguntasse àquele que lhe parecia ser o hortelão, se havia furtado o corpo do sepulcro. Pediu-lhe ainda, se tal fosse o caso, que dissesse onde o havia posto, para ela ir buscá-l’O (Jo 20, 15). Não reparou, que tal pergunta, em livre juízo e razão, era disparate; pois, é claro, se o homem o havia furtado, não havia de confessar, e, menos ainda, de o deixar tomar. Tal é a condição do amor em sua força e veemência: tudo lhe parece possível, e imagina que todos andam ocupados naquilo mesmo que o ocupa. Não admite que haja outra coisa em que pessoa alguma possa cuidar, ou procurar, senão o objeto a quem ele ama e procura. Parece-lhe não haver mais nada que buscar, nem em que se empregar, a não ser nisso, e julga que todos o andam buscando. Por esta razão, quando a Esposa saiu a procurar seu Amado, pelas praças e arrabaldes, ia pensando que todo o mundo também O procurava, e assim dizia a todos que, se O achassem, dissessem a ele o quanto penava por seu amor (Cânt 5, 8). De semelhante condição era o amor desta Maria; julgava ela que, se o hortelão lhe dissesse onde havia escondido o corpo de seu Amado, ela mesma o iria buscar e o carregaria, por mais que lhe fosse proibido.
São João da Cruz, Noite Escura, L2, XIII, 6-7
Ó Jesus, que em Vossa amarga Paixão Vos tornastes o opróbrio dos homens e o homem das dores, eu venero a vossa sagrada face na qual fulguraram a graça e a doçura da divindade, agora reduzida por minha causa ao aspecto de um leproso. Mas sob esta deformidade percebo o Vosso infinito amor, e encho-me do desejo de amar-Vos e fazer-Vos amado por todos os homens. As lágrimas que fluem dos Vossos olhos se assemelham a pérolas preciosas, às quais amaria recolher a fim de comprar com seu infinito valor as almas dos pobres pecadores. Ó Jesus, Vosso rosto é a única beleza que encanta o meu coração. Estou contente de não ver aqui em baixo a doçura do Vosso olhar, de não sentir o inefável prazer de um ósculo Vosso; mas oh! suplico-Vos que imprimais em mim a Vossa divina imagem, e inflamai-me com o Vosso amor, para que ele possa rapidamente me consumir, e logo eu possa vir a contemplar a Vossa gloriosa face no céu. Amém. (Aprov. São Pio X, 16 Fev. 1906)
Pai onipotente e santíssimo, ainda que eu não seja mais que uma pobre e vil criatura, dignai-Vos permitir-me de renunciar nas Vossas mãos a minha própria vontade. Eu me ofereço e sacrifico inteiramente à Vossa divina Vontade. Desejo que esta amabilíssima Vontade se cumpra sempre em mim, tanto no corpo como na alma, no tempo e na eternidade. Unindo-me àquela divina resignação com que Jesus se entregou no Horto das Oliveiras à Vossa santíssima Vontade, apropriando-me Sua intenção, Sua palavra e Seu Coração, digo-Vos e torno a dizer-Vos mil vezes: “Ó meu Pai, Vossa Vontade e não a minha se cumpra, no tempo e na eternidade!” Ó Bom Jesus, eu me ofereço a Vós, e me entrego nas Vossas mãos, com a disposição de bem receber as aflições e adversidades que me ameaçam. Recebê-las-ei de bom grado e as suportarei com toda a paciência de que eu for capaz, unindo-me ao amor com que recebestes as penas, as injúrias e as calúnias que Vosso Pai permitiu. Dignai-Vos conceder-me a paciência e as forças necessárias para suportar com ânimo estas tribulações que vão cair sobre mim, e fazei que sirvam para Vossa glória, para minha salvação e a de todos os pecadores e para alívio das almas do Purgatório. Amém.
“Sabe-se que a Santíssima Virgem é Rainha do céu e da terra, mas ela é mais Mãe do que rainha, e não devemos crer (como eu tenho ouvido muitas vezes) que por causa de suas prerrogativas ela eclipsa a glória de todos os Santos, como o sol, ao levantar-se, faz desaparecer as estrelas. Meu Deus, como isso é esquisito! Uma Mãe que faz desaparecer a glória de seus filhos! Eu penso o contrário, e creio que ela aumentará muito o esplendor dos eleitos”.
Santa Teresinha do Menino Jesus
Divino Jesus, Filho de Deus encarnado, que pela nossa salvação Vos dignastes nascer em um estábulo, para passar vossa vida na pobreza, na provação e na miséria e morrer cheio de dores pregado na cruz; eu Vos suplico, dizei ao vosso Pai celeste, no momento da minha morte: “Meu Pai, perdoai-lhe!” Dizei à minha alma: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso”. Meu Deus, meu Deus, não me abandoneis nessa hora! Tenho sede! Sim meu Deus, minha alma tem sede de Vós, que sois a fonte das águas vivas. Minha vida passa como uma sombra. Ainda um pouco e tudo estará consumado! E por isto, meu adorável Salvador, desde este momento, entrego minha alma nas vossas mãos, por toda a eternidade, “em vossas mãos entrego o meu espírito”. Senhor Jesus, recebei a minha alma. Amém.
“A Igreja pode orgulhar-se de sua superioridade sobre todas as religiões e sobre todas as filosofias. Onde têm os estóicos e os adoradores do passado um Menino Jesus? Onde está a Nossa Senhora dos muçulmanos, a mulher que não foi feita para nenhum homem e que está sentada por cima de todos os anjos? Qual é o São Miguel dos monges de Buda, cavaleiro e clarim que guarda para cada soldado a honra da espada? Quem poderia representar São Tomás de Aquino na mitologia do bramanismo, ele que restabeleceu a ciência e o raciocínio da Cristandade? E o mesmo nas filosofias ou heresias modernas. Como passaria Francisco, o Trovador, entre os calvinistas e, ainda, entre os utilitaristas da escola de Manchester? Como passaria Joana d’Arc, uma mulher, esgrimindo a espada que conduzia os homens à guerra, entre os Quakers ou a seita toltoiana dos pacifistas? E, entretanto, homens como Bossuet e Pascal são tão lógicos e tão analistas como qualquer calvinista ou utilitarista, e inumeráveis santos católicos passaram suas vidas predicando a paz e evitando as guerras.”
G. K. Chesterton
Ó virgem Santíssima do Cenáculo, nossa Mãe, Maria imaculada, nós vos suplicamos humildemente: Alcançai-nos os dons do Espírito Santo para que, vivendo na caridade, perseverando unanimemente na oração e vos tendo por guia e mestra, mereçamos, para a maior glória de Deus, trabalhar para a salvação das almas através de nossos exemplos e obras e, assim fazendo chegar à vida eterna. Nossa Senhora do Cenáculo, sede-nos propícia na necessidade que nos oprime e vinde em nosso socorro, a fim de que o Senhor onipotente e misericordioso se digne conceder-nos, pela vossa intercessão, a graça que instantemente solicitamos.
Nossa Senhora do Cenáculo, rogai por nós.